Epidemiologia
Excluindo-se os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tumor maligno mais frequente nos homens. A sua incidência é variável, porém, sabemos que ela aumenta com a idade, tendo grande influência também da história familiar, tabagismo, etnia, obesidade, entre outros.
O câncer de próstata em sua fase inicial é, na maioria das vezes, assintomático. Quando sintomas como alterações urinárias, dores ósseas, comprometimento do estado geral começam a aparecer, muito provavelmente a doença já se encontra em estágio avançado e, possivelmente, metastático.
PSA e Screening
O rastreio com o exame de PSA modificou a história natural da doença, permitindo diagnósticos cada vez mais precoces e, consequentemente, maiores chances de cura destes pacientes.
O PSA é um exame de sangue específico da Próstata, porém, NÃO é específico para Câncer de Próstata, podendo estar elevado em outras situações como Prostatites (inflamação / infecção), Hiperplasia Benigna da Próstata (aumento do volume do órgão) e manipulação da próstata (biópsias, sondagens, toque).
Assim, o PSA é uma ferramenta que auxilia na decisão da biópsia, ajuda a classificar o risco da neoplasia e permite o acompanhamento da doença.
O screening para o Câncer de Próstata permite que a doença seja diagnosticada de forma mais precoce e, consequentemente, aumenta as chances de cura do paciente.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que pacientes com fatores de risco conhecidos para Câncer de Próstata (história familiar positiva, negros) iniciem o rastreio com dosagem de PSA e Toque Retal a partir dos 45 anos de idade. A população sem fatores de risco pode iniciar os exames a partir dos 50 anos de idade.
Ainda, não existem valores de PSA que confirmem ou excluam câncer de próstata.
Importante salientar que o exame de toque retal ainda é muito importante no diagnóstico da doença e segue sendo um forte aliado do Urologista no diagnóstico e prevenção desta neoplasia.
Diagnóstico
A medicina evolui diariamente nos trazendo inúmeras ferramentas para auxiliar tanto no diagnóstico quanto no seguimento. Exemplo disso é a Ressonância Multiparamétrica de Próstata que auxilia na suspeição do Câncer de Próstata através da classificação Pirads.
Além disso, alguns outros exames auxiliam no estadiamento e planejamento pré- cirúrgico, bem como alguns marcadores sanguíneos também podem elevar a suspeição para presença de neoplasia.
No entanto, somente a biópsia de próstata com retirada de fragmentos do órgão é capaz de realizar o diagnóstico da doença.
Tratamento
O tratamento das Neoplasias de Próstata varia de acordo com cada caso a ser avaliado individualmente. Atualmente dispomos de diversas modalidades de tratamento, das quais, a cirurgia é o tratamento inicial proposto para a maioria dos casos.
A cirurgia para o câncer de próstata retira toda a glândula juntamente com as vesículas seminais e, dependendo do caso, linfonodos da região próxima da próstata.
O procedimento cirúrgico pode ser realizado com técnica convencional (cirurgia aberta) ou minimamente invasiva, seja por via laparoscópica (cirurgia por vídeo) ou cirurgia robótica.
Conforme o estágio da doença ou características de saúde do paciente, algumas pessoas necessitarão de radioterapia, bloqueios hormonais ou mesmo quimioterapia, os quais são outras modalidades de tratamento.
Visto tudo isso, o que devemos ter em mente é que o Câncer de Próstata, por natureza, costuma ser uma doença indolente onde a prevenção ainda é o melhor cuidado que devemos ter!
Mauro Ghedini Costa
Urologista
CRM-RS: 41.415 / RQE: 38.106